Nesta quarta-feira (2), o prefeito Rafael Greca
declarou na Câmara Municipal o seu apoio à “Escola Sem Partido”. Em sua fala, o
prefeito ainda afirma que o projeto vai garantir o ensino das crianças
curitibanas “dentro da inocência cristã”.
O projeto foi formulado por vereadores da
bancada conservadora e evangélica e tem como objetivo colocar cartazes nas
escolas, passando a mensagem de que o professor não deve “doutrinar” os alunos.
Na realidade, a medida impede a formação crítica
dos alunos, desvaloriza e criminaliza o professor e omite os verdadeiros
problemas que as escolas enfrentam.
O vereador Thiago Ferro (PSDB), um dos
coautores da “Escola Sem Partido”, também protocolou outro projeto que pretende
atuar em conjunto com a proposta. Além de proibir a discussão de qualquer tema
sobre sexualidade e diversidade, a medida também impõe multas no valor de 5% da
remuneração ao magistério ao conjunto dos servidores públicos.
Retaliação
Ambas propostas ainda não foram aprovadas, mas o
clima de retaliação e perseguição dos profissionais da educação já começou. Nesta
semana, uma professora da Vila Guaíra foi acusada de trabalhar “ideologia de
gênero” com crianças de pré-escola, pois pediu que os alunos viessem com roupas
coloridas. Alguns vereadores receberam a denúncia e, sem o conhecimento da
professora, se reuniram para intervir no caso sem saber sobre que o recado se
tratava.
No entanto, a atividade fazia parte do
currículo e não tinha qualquer relação com gênero. Mesmo assim, a situação
mostra a obsessão da bancada conservadora com o tema e o quanto está disposta a
perseguir os professores e fazer sensacionalismo.
O SISMMAC expressa repúdio pela fala do
prefeito Rafael Greca e pelos projetos em tramitação que representam um
retrocesso na educação. A direção do Sindicato vai protocolar um ofício cobrando
um posicionamento da Secretaria Municipal da Educação (SME) sobre o caso da
professora.
A
educação não é neutra! Lutamos juntos por uma escola sem mordaça!
