Prefeitura abre centro de “referência” em autismo: onde e pra quem?

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Quantos e quem são os alunos que usufruirão desse lugar chamado de
referência? Virão de bairros como o Tatuquara, que fica mais de 30 km do Edifício
Delta, onde foi inaugurado o CEETEA – Centro de Ensino Estruturado para o
Transtorno do Espectro Autista? Para as famílias, realmente é um transtorno um
local de tão difícil acesso!

#@txt1121@#A começar pelas siglas, não há diálogo com a população! São tantas letras
que o próprio nome já torna o lugar uma incógnita. Os termos rebuscados trazem
a ideia do real distanciamento da gestão Greca em relação a população mais
carente e que necessita de maior cuidado e atenção do poder público.

Propaganda esconde falta de investimento para o avanço da inclusão

Curitiba tem se tornado pioneira em maquiar e manipular dados que não
representam a realidade da inclusão no município.
Quando diz que o atendimento
aumentou, não conta que isso ocorreu de forma precarizada e que os alunos de
inclusão, que eram atendidos por profissionais formados e de carreira, hoje são
atendidos por acadêmicos em formação. Os estagiários que atuam nessa função são
chamados pela Prefeitura de profissionais de apoio, o que já é alvo de
investigação do Ministério Público do Trabalho.

#@vej3@#A direção do SISMMAC vem promovendo ações junto
com a comunidade escolar e com o Ministério Público. Em 2018, o Sindicato
acompanhou várias famílias que estavam recebendo a recusa do por parte do município
de terem acompanhamento especializado para seus filhos autistas.

Esse é um direito garantido pela Lei 12.764/2012,
conhecida como Lei Berenice Piana, que continua sendo desrespeitado pela Prefeitura.

Além dessas crianças ficarem sem atendimento quando um estagiário desiste, o
que é bem comum, pois o fato de não ter
ainda a formação necessária para o apoio especializado interfere na conduta,
que nos casos de inclusão exigem formação e experiência que um acadêmico ainda
não possui, há também situações em que o “atendimento” é feito de forma
compartilhada, onde o estagiário se divide entre dois ou mais alunos de
inclusão em salas distintas.

Esse ano também houve ameaças por parte da gestão de reduzir
o trabalho criterioso realizado pelos professores das Salas de Recursos
Multifuncionais. Além de realizarem um acompanhamento pedagógico individual dos
alunos de inclusão, muitos deles autistas, também realizam um trabalho
itinerante de visita às unidades escolares para orientar os professores e
demais profissionais que acompanham a criança, em diálogo também com
fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Esse
trabalho que é essencial para garantir um atendimento global às necessidades
das crianças é feito mesmo sem contar com o apoio da Prefeitura para o
deslocamento, utilizando carro próprio ou transporte público.

Sem contar a dificuldade encontrada pelos profissionais
nas unidades escolares que recebem pouco suporte para o atendimento que os
estudantes e as famílias têm direito. Além das salas superlotadas e da falta de
profissionais,
há uma cobrança da comunidade pelo atendimento de qualidade e da Secretaria Municipal
de Educação através dos Núcleos Regionais de Educação que pouco interfere de
forma positiva nos casos de inclusão,
que aumentam significativamente a cada
ano.

Ainda é preciso avançar muito na efetivação dos direitos
da criança com deficiência para haver comemoração. Um centro de referência
localizado em um local tão distante da maioria das unidades educacionais,
principalmente das periferias da cidade demonstra que, a gestão Rafael Greca
ainda não entendeu as reais necessidades das famílias e que se preocupa mais
com a aparência do que com a realidade!

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