Senado aprova desmonte de direitos trabalhistas

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20170712reformatrabalhista
Na noite da última terça-feira
(11), o Senado aprovou, por 50 votos a 26, a Reforma Trabalhista que muda mais
de 100 artigos da legislação. Com o voto, a maioria dos senadores mostrou que, mesmo
afundados na lama da corrupção, continuam trabalhando para proteger os
interesses dos grandes empresários que mandam no país.
A votação terminou por volta das 20h, depois de mais de seis
horas de sessão suspensa devido ao protesto realizado por senadoras da oposição. O texto foi
aprovado sem qualquer mudanças, exatamente como queria o governo.

Agora, o texto segue para sanção dopresidente. Michel Temer (PMDB)
prometeu vetar seis pontos polêmicos em troca da aprovação acelerada no
Senado e do silêncio das maiores centrais sindicais. Entretanto, não há
garantia de que alguma de cumprirá sua palavra. O deputado Rodrigo
Maia (DEM), que é presidente da Câmara e o próximo na linha sucessória em caso de impeachment ou renúncia de Temer, se opôs publicamente a qualquer alteração.

O objetivo da Reforma Trabalhista
não é modernizar as relações de trabalho, como vem sendo divulgado na imprensa
comercial. Na verdade, a iniciativa busca que retirar direitos e reduzir salários do conjunto dos trabalhadores para ampliar os lucros das grandes empresas.

Resistência

Os ataques aos direitos dos trabalhadores devem se intensificar no segundo semestre, quando o governo pretende acelerar a tramitação da Reforma da Previdência. Essa é a pauta que o grande empresariado pretende implantar com Temer ou Maia na presidência.

No primeiro semestre, a construção da greve geral contou com importantes paralisações nos dias 15 de março, 28 de abril e 30 de 30 junho. Essa caminho foi boicotado pelas maiores centrais sindicais do país. A Força Sindical e UGT, por exemplo, abriram mão da luta e entregaram de bandeja os direitos dos trabalhadores em troca da negociação sobre o imposto sindical.

CUT e CTB também colocaram em segundo plano a luta contra as reformas e não construíram efetivamente a greve geral. Essas duas centrais jogam todas as energias na defesa do “volta lula” e escondem que os governos do PT também retiraram direitos da classe trabalhadora.

Não há outra saída para a classe trabalhadora. Para frear os ataques do empresariado e de seu governo corrupto, é preciso superar a política de conciliação das grandes centrais e avançar na organização da luta a partir dos locais de trabalho. 

CONFIRA ABAIXO OS PRINCIPAIS ATAQUES DA REFORMA TRABALHISTA:

Vale tudo o que “acertado” entre patrão e sindicato
Permite que as negociações entre empresas e trabalhadores possam se sobrepor à legislação trabalhista.

Na prática, empresários poderão usar crises como chantagem para forçar os trabalhadores a negociar redução de salário, flexibilização da jornada de trabalho, parcelamento de férias e banco de horas.

Com contrato por hora, salário pode ficar abaixo do mínimo
Cria mais uma modalidade de subemprego, no qual o trabalhador fica de plantão, mas só recebe por hora efetivamente trabalhada. Não importa o tempo em que o trabalhador esteve à disposição do empregador.

Grávida e lactante poderão trabalhar em ambiente insalubre
Um simples atestado do médico da empresa pode impedir que as mulheres sejam afastadas de ambientes insalubres durante a gestação e a lactação, o que pode causar dano à saúde da criança.

Dificulta o acesso à justiça do trabalho
Tira do Judiciário a autoridade para anular acordos individuais e convenções coletivas contrárias à legislação. Além disso, acaba com o acesso gratuito à Justiça do Trabalho. Para processar o antigo empregador, os trabalhadores terão que arcar com todo o gasto no processo caso percam o resultado da ação.

Fragiliza a organização coletiva dos trabalhadores
Ao autorizar a assinatura de acordos individuais, enfraquece o poder de atuação dos sindicatos e da mobilização coletiva dos trabalhadores.

Amplia a terceirização e a contratação precarizada
Com a Reforma Trabalhista e a lei que libera geral as terceirizações, empresas terão passe-livre para demitir e recontratar trabalhadores com salários menores, seja em regime de terceirização ou através de acordo fechado individualmente com cada funcionário.

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