Escolas ocupadas pelo direito de aprender: ousar lutar, ousar vencer!

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Os estudantes secundaristas de todo o país estão
mobilizados para derrubar a Medida Provisória 746, que ‘deforma’ o Ensino Médio.
Mas, para além de pressionar para que esta pauta específica seja atendida, as
ocupações têm cumprido o papel de ampliar a formação crítica desses adolescentes.
Eles também aderiram à luta contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do
Congelamento.

Apesar das reintegrações de posse estarem acontecendo no
Paraná, o movimento das ocupações continua em franca expansão por todo o Brasil.

O movimento dos estudantes secundaristas aqui no estado chegou
a contar com cerca de 850 escolas ocupadas. Para além do tamanho do movimento,
a capacidade de organização desses adolescentes precisa ser ressaltada: grande
parte das ocupações reivindica autonomia e independência dos aparelhos do
movimento estudantil há anos burocratizados, como a União Paranaense dos
Estudantes (UPE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

Aqui no Paraná, o governo Beto Richa tentou, de diversas
formas, criminalizar o movimento legítimo das ocupações. O Estado utilizou a
mídia para colocar a população contra os estudantes secundaristas e fomentou o
discurso da direita fascista, promovido pelo Movimento Brasil Livre (MBL).

Apesar disso, o movimento estudantil foi firme e deu aula
de mobilização para todos nós. Meninas e meninos mostraram para os
trabalhadores que não devemos aceitar de cabeça baixa os ataques aos nossos
direitos. Estudantes que sofreram reintegração de posse saíram das ocupações
com disposição para continuar na luta por nenhum direito a menos.

O saldo das ocupações promovidas pelos estudantes precisa
ser encarado como um exemplo a ser seguido por todos. A resistência é a única
saída para enfrentarmos a retirada de direitos.

Solidariedade do magistério: unidade na ação

O Conselho de Representantes do
magistério e a Assembleia Geral da categoria declararam apoio político e
estrutural à mobilização dos estudantes.

A direção do SISMMAC tem
contribuído com a organização dos estudantes, que tem administrado tarefas
relativamente novas para eles, que vão desde cozinhar e lavar banheiros até organizar
oficinas e coordenar assembleias e reuniões.

E os estudantes não têm fugido da
luta nem sucumbido à pressão do governo do estado. Vamos seguir o exemplo da
primavera estudantil nas trincheiras de luta do magistério!

Conheça um pouco da história das lutas do movimento estudantil no Brasil:

1936- A
União da Juventude Comunista é fundada. Essa organização exigiu a participação
do Brasil na II Guerra contra o nazi-fascismo;

1950 – Lutas pela democratização das
universidades. A reivindicação histórica, que inclusive motivou greves
nacionais, era pela paridade nas eleições para reitor e conselhos das
universidades;

1965/1966
– Luta contra a mercantilização da educação e os acordos MEC/USAID, depois
contra a lei Suplicy de Lacerda

1968 –
Ocorre a maior rebelião estudantil da história do Brasil. Foi nesse ano
que ocorreu
a passeata
dos cem mil: a manifestação popular mais importante de resistência contra a
ditadura militar;

Anos
70 – Resistência contra as perseguições da Ditadura Militar;

1984
– Manifestações pelas Diretas Já!

1992
– Campanha “Fora Collor”: o movimento que também ficou conhecido como “os caras
pintadas” foi protagonizado por estudantes do país inteiro e desembocou no
impedimento do presidente Fernando Collor. Existem críticas ao foco do
movimento, em depositar todas as suas esperança e fichas em disputar a
administração do estado, sem mostrar o seu verdadeiro caráter;

2003
– Revolta do buzu:
[D1]manifestação que aconteceu em Salvador,
reunindo cerca de 15 mil estudantes, para impedir o aumento da tarifa do
transporte público;

2004
– Revolta da catraca: movimento organizado por estudantes de Florianópolis para
impedir o reajuste da tarifa do ônibus;

2013
– Jornadas de junho: com o lema “Não é por 20
centavos”. As manifestações, que tinham como objetivo barrar o aumento da
tarifa, se espalharam por todo o paíse foram marcadas por forte repressão
policial;

2015
– Estudantes de São Paulo ocupam centenas de escolas contra a reorganização do
ensino e fechamento de unidades impostas pelo governo Alckmin;

2016
– Estudantes protagonizam a maior onda de ocupações do mundo contra a MP 746 e
a PEC 241 propostas por Michel Temer.

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