1° de maio é marco na história de luta da classe trabalhadora

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Há 130 anos, o dia 1° de maio faz parte da história da nossa
classe. Atualmente, a data é divulgada na mídia como um dia de festa, mas sua
origem está ligada a um dos capítulos mais tristes e sangrentos da nossa
história.

No dia 1º de maio de 1886, 30 mil trabalhadores foram às ruas na cidade
de Chicago (EUA) para reivindicar
melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho de 12h para 8 horas
diárias. O movimento foi duramente reprimido, provocando mais de 100 mortes e a
prisão de dezenas de lideranças sindicais.

Três anos depois, em 1889, a Segunda Internacional decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pela pela redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.  A data escolhida foi o primeiro
dia de maio, como homenagem aos
trabalhadores assassinados nesse movimento e aos oito líderes trabalhistas que foram
presos e enforcados por dirigirem a greve geral daquele ano.

O episódio tornou-se um marco
para a luta dos trabalhadores em todo mundo. É um dia de luta e de luto em que devemos refletir sobre o papel
desempenhado pelos trabalhadores em nossa sociedade.
Todos os bens necessários
a nossa vida – toda a riqueza da sociedade – são produzidos a partir do
trabalho humano. Entretanto, os frutos desse trabalho não são usufruídos por
quem o produz e sim por uma pequena classe que se apropria individualmente de
toda a riqueza social.

Nós, professoras e professores municipais de Curitiba, sentimentos o
peso da condição de trabalhador a cada dia. Produzimos a educação do nosso
município – propagandeada pela Prefeitura como a melhor do Brasil –, entretanto
não recebemos a valorização que seria condizente com o esforço do nosso
trabalho. Sofremos também as consequências da sobrecarga e da pressão por
produtividade aliadas as péssimas condições de trabalho, que tem tornado nossos
ambientes de trabalho um foco de doenças físicas e psicológicas.

Conhecer a história de luta da classe trabalhadora deve servir como
estímulo para que nós, professores de Curitiba, continuemos em luta para
conquistar novos avanços e também para manter os direitos que foram duramente
conquistados, não permitindo qualquer retrocesso. Se muito vale o já feito, mais
vale o que será!

Dia de luta ou de
festa?

No Brasil, a data tornou-se oficial em
1925 e, aos poucos, as propagandas governamentais transformam o caráter das atividades realizadas no 1° de maio:de um dia de
protestos; o Dia do Trabalhador tornou-se um dia para “celebrar” o trabalho. A
partir do governo de Getúlio Vargas, os principais benefícios trabalhistas passaram
a ser anunciados nessa data como forma de tentar apaziguar o conteúdo classista
do 1° de maio.

Até então marcado por piquetes e
passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas e desfiles.
Esta característica foi incorporada até mesmo por setores do movimento sindical.
Centrais sindicais oficiais, como a Força
Sindical realizam grandes shows financiados
pelos patrões e omitem o caráter contestador desse dia com o sorteio de carros
e brindes.

Cabe a nós resgatar o verdadeiro sentindo dessa data. O 1º
de maio é um dia de luta, dia de homenagear as trabalhadoras e trabalhadores que
tombaram na luta por direitos e no enfrentamento contra a minoria que segue
concentrado riqueza através da exploração do conjunto de nossa classe.

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