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Absurdo! Gestão Greca/Pimentel distribui materiais que reforçam o racismo

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A Prefeitura de Curitiba vem distribuindo uma revista de histórias em quadrinhos que reforça estereótipos em personagens afrodescendentes, enquanto personagens brancos recebem características mais europeizadas e positivas.
Em vez de promover a igualdade, a gestão Greca/Pimentel reforça o racismo já fortemente presente em nossa sociedade. Além disso, o material apresenta outros problemas de linguagem e representações inadequadas para o público infantil.
Será que um conteúdo destinado à formação escolar, pago com dinheiro público, passou por uma avaliação criteriosa por parte da Secretaria Municipal de Educação (SME) e dos órgãos de controle da Prefeitura? Ou a gestão Greca/Pimentel concorda com as visões preconceituosas expressas nesses materiais?
Diante desses absurdos, o SISMMAC está apresentando denúncia ao Conselho Municipal de Política Étnico-Racial (Comper) e a outros órgãos.

Personagens e estereótipos
A “Turma do Curitibinha” é composta por crianças e animais. O problema é que os personagens representam estereótipos que reforçam preconceitos e divisões raciais e sociais.
Há uma grave desigualdade na representação. Enquanto o personagem principal, que dá o nome à turma, é branco e tem olhos verdes, e uma de suas amigas é branca, loira e de olhos azuis (o que reforça padrões de beleza), chama-se Graciosa e é descrita como meiga, delicada e dedicada aos estudos (comportamentos idealizados para meninas brancas), a outra personagem, que é negra, tem o apelido Zezé.
Seu nome é Maria José, algo nada comum nos dias atuais e menos ainda nas famílias das camadas mais abastadas (e brancas) da sociedade. Pior ainda é relegar ao menino que carrega características típicas de uma criança parda (visivelmente no nariz e no cabelo) o perfil de um mau-caráter. E ele ainda tem o nome de Fosco, que por si só é bastante negativo, afinal, o termo quer dizer apagado, sem brilho. Além disso, ele é o que tem comportamento inadequado, faz comentários distorcidos e, com frequência, é retratado como tendo menos inteligência.
Nunca é demais lembrar que ninguém nasce preconceituoso, mas isso é ensinado socialmente. Portanto, em vez de promover a igualdade, a Prefeitura de Curitiba está aprofundando os preconceitos ao apresentar personagens brancos que têm nomes fortes e características positivas (que reforçam ideais de beleza e comportamentos frequentemente associados a padrões eurocêntricos), enquanto os personagens negros e pardos são representados de forma preconceituosa.

Linguagem, imagem e preconceito
Uma questão muito relevante: por que justamente o menino pardo é representado de forma negativa? Representar um menino pardo de forma negativa, como um mau-caráter, perpetua preconceitos e associa pessoas pardas a comportamentos negativos e criminalidade.
Outro problema é a linguagem empregada, inclusive para descrevê-lo, inadequada para o público infantil. Em uma das revistas, ele é descrito como “sacana”, o que, segundo o dicionário Houaiss, se atribui a “quem é libertino, devasso, sensual (…) que ou quem tem mau-caráter”.
Esse desequilíbrio na representação étnica dos personagens gera consequências nas crianças e pode afetar negativamente a autoestima das crianças pardas e negras, levando-as a internalizar essas imagens desfavoráveis, enquanto crianças de outras etnias podem desenvolver uma visão distorcida, internalizando “padrões” de beleza e comportamentos que não refletem a diversidade do mundo real. Tudo isso perpetua preconceitos.
Além disso, a falta de representação positiva de personagens pardos limita a percepção da diversidade e complexidade dessas identidades. Também estigmatiza atividades culturais, como andar de skate e usar gírias, que são práticas saudáveis e expressivas para muitos jovens.
Para o SISMMAC, a criação de personagens em histórias em quadrinhos, especialmente quando direcionadas ao público infantil, deve ser realizada com sensibilidade, mas o material distribuído pela SME contribui para a perpetuação do racismo e da discriminação já entre crianças menores. Por isso, a Prefeitura precisa, com urgência, rever sua distribuição.

Fonte: Sismmac

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