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Professora e professor, segundo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, vocês são piores do que traficantes

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Não é de hoje que militantes e políticos de extrema-direita atacam professoras e professores. Mas o deputado federal extremista Eduardo Bolsonaro, filho de ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro, foi além: em um evento pró-armas, ele comparou professores a traficantes:

“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa”.

Sim, tudo isso foi dito pelo deputado cuja família na política tem estreita ligação com milícias assassinas no Rio de Janeiro que, entre muitos outros crimes, é responsável pelo tráfico de drogas em diversas regiões da cidade. 

Importante perceber que quando os extremistas usam o termo “doutrinador”, ele está falando de você, professora que não considera que alunos são máquinas e que o papel da educação não se resume a repassar conteúdos previamente estabelecidos.

 

DOUTRINAÇÃO OU EDUCAÇÃO?

Na visão da extrema-direita, o papel da escola e das universidades é meramente transmitir matérias. É uma visão atrasada e reducionista do papel da educação, que interessa a quem depende da intolerância, da ignorância, da violência, dos preconceitos, das mentiras e das paranoias infundadas para sobreviver politicamente, como os extremistas.

É por isso que eles odeiam tanto a educação e continuam espalhando ódio contra professores e contra a escola pública. 

Eles sabem que a educação de qualidade estimula o questionamento, incentiva os estudantes a fazerem perguntas, a desafiar ideias e a buscar respostas fundamentadas, encorajando a curiosidade intelectual. Os estudantes aprendem a investigar, a analisar informações e a buscar respostas fundamentadas, desenvolvendo assim habilidades essenciais para o pensamento crítico. Os alunos aprendem a questionar o status quo, a examinar suposições e a considerar diferentes perspectivas.

Através da educação, os alunos são expostos a uma ampla variedade de conhecimentos, perspectivas e experiências. Eles são incentivados a refletir sobre essas informações, a avaliar seu significado e relevância, e a considerar diferentes pontos de vista. Essa prática de reflexão crítica ajuda a desenvolver a capacidade de analisar informações de maneira mais aprofundada e a formar opiniões fundamentadas, o que não existe dentro da perspectiva extremista.

A educação oferece aos alunos ferramentas e métodos para analisar e avaliar informações de maneira crítica. Eles aprendem a identificar preconceitos, argumentos fracos e ideias sem racionalidade. Além disso, são capacitados a avaliar a validade e a confiabilidade das fontes de informação, distinguindo entre fatos e opiniões. Essas habilidades analíticas são fundamentais para a prática do pensamento crítico e ajudam a derrubar, facilmente, argumentos falaciosos usadas por extremistas para enganar a população.

Outro fator que explica o ódio dos extremistas é que a educação promove a autonomia intelectual, capacitando os alunos a pensar de forma independente e a tomar decisões coerentes. Eles aprendem a avaliar criticamente as informações que recebem, a formar suas próprias opiniões com base em evidências e a defender seus pontos de vista de maneira fundamentada. Essa autonomia intelectual é um aspecto essencial do pensamento crítico.

Quando a educação fornece meios para o desenvolvimento dessas habilidades, prepara os estudantes para que não sejam facilmente seduzidos pelas mentiras e pelas hipocrisias dos extremistas. É por isso que eles criminalizam os profissionais da educação, usando o termo “professores doutrinadores”. 

 

LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

A fala de Eduardo Bolsonaro foi rapidamente repudiada no meio político e por diversas entidades nacionais. Entre elas, a CNTE, que publicou um abaixo-assinado pedindo a cassação do deputado. Você pode assinar aqui neste link https://chng.it/W5DF246cNF

Mas o que fizeram os apoiadores e demais políticos de extrema-direita diante da fala criminosa do parlamentar? Partiram em sua defesa, dizendo que se tratava apenas “liberdade de expressão.”

Essa é a ótica deturpada dos extremistas. Para eles, o estímulo ao ódio contra professores seria “liberdade de expressão”, assim como a apologia ao nazismo, à violência e à morte. Não por acaso, os ataques contra escolas, que cresceram absurdamente nos últimos anos, são estimulados e comemorados por militantes extremistas com base nessas ideias. 

O que Eduardo Bolsonaro fez, pensando em manter seus apoiadores radicalizados, foi colocar combustível nas mentes paranoicas de seguidores que enxergam nas professoras e nos professores os “inimigos das famílias brasileiras”. 

Na defesa da educação pública e das professoras, o SISMMAC repudia o pronunciamento do deputado e vai estudar medidas cabíveis contra o parlamentar.

Fonte: Sismmac

 

 

 

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