A Prova Paraná quer provar o quê?

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Estudantes de todo o estado realizaram a 1ª Edição da Prova Paraná 2023, nos dias 26 e 27 de abril, envolvendo mais de 350 mil alunos e milhares de professores. 

Na avaliação do SISMMAC, a Prova Paraná pouco contribui para aprimorar o aprendizado e pode servir como uma estratégia para impor a gestão empresarial à escola pública, já que os documentos da Secretaria de Estado de Educação (Seed) sobre a Prova Paraná não abordam como utilizar os resultados das avaliações para melhorar a aprendizagem dos alunos.

Estamos diante de uma situação que nos parece que tais Provas servem para treinar os estudantes para melhorar a posição dos estados e municípios no ranking da Prova Brasil (um dos componentes do SAEB, a partir do qual é feita a aferição do Ideb). 

Com isso, surge outro problema: a prova influencia o que é ensinado nas escolas, levando as redes de ensino a cobrar que as profissionais do magistério ensinem na perspectiva do que será cobrado no teste, podendo secundarizar conteúdos essenciais. 

A avaliação padronizada promove a competição em detrimento dos objetivos pedagógicos e impõe conceitos como metas de desempenho. É como se a qualidade da educação pudesse ser medida na lógica da produtividade e da competitividade (com o risco de usar esses mesmos conceitos como critério de “avaliação de desempenho” das profissionais do magistério). 

É por isso que a Prova Paraná, e tantas outras que a RME tem aplicado, não fornecessem elementos analíticos que posteriormente possam ajudar o poder público a desenvolver políticas educacionais. Nessa lógica, as redes públicas e privadas passam a competir entre si. Há, inclusive, competição entre escolas de uma mesma rede. 

Temos observado nas escolas municipais que os profissionais do magistério, ocupam muito do seu tempo com aplicação, correção, e tabulação de resultados que depois não são utilizados pela mantenedora de forma objetiva e que reverberam em melhoria da qualidade da educação. 

Ao contrário tem-se ações pontuais e culpabilização das escolas pelos resultados.  Essa prática tem aumentado a sobrecarga de trabalho das profissionais da educação que estão na escola, que precisam cumprir metas e tarefas, inclusive, em casa.

Diante disso tudo, seria muito mais valioso debatermos sobre o que é qualidade na educação e quais critérios pedagógicos e sociais devem ser levados em consideração. É justamente desse debate que a Prova Paraná tenta fugir.

Fonte: SISMMAC

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