O SISMMAC expressa pesar e indignação com a morte do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda, assassinado a tiros no último sábado (9), durante a comemoração de seu aniversário em Foz do Iguaçu, onde era servidor público.
A sociedade brasileira precisa fazer uma profunda e urgente reflexão, porque não se trata de um caso isolado e, muito menos, de mera briga entre duas pessoas. Segundo relatos, o crime foi motivado por questões políticas.
O SISMMAC condena toda as formas de violência e alerta para o crescimento dos discursos de ódio e de ataques às instituições como arma política por grupos pouco afeitos ao Estado Democrático de Direito.
Nesse momento, autoridades e políticos, que deveriam cumprir o papel de apaziguadores dos conflitos sociais, condenando a violência e reduzindo os ânimos, fazem justamente o contrário: incentivam a hostilidade àqueles que são considerados inimigos.
O presidente da República, governadores, deputados e influenciadores de bolhas radicais aproveitam-se da situação para criminalizar ainda mais opositores, o que, na prática, serve como senha para que mais crimes políticos sejam cometidos.
Toda liderança política tem responsabilidades a cumprir, porque suas atitudes, expressões e comentários indicam a seus seguidores como agir e qual caminho tomar.
Em vez de condenar a radicalização e a opção pela violência, lavam suas mãos (como se aquelas pessoas não estivessem cometendo crimes em seus nomes) e ainda instigam seus apoiadores a tratar os adversários como inimigos da nação.
Essa combinação de excesso de estímulo ao ódio e liberação praticamente indiscriminada de armamentos à população, pode levar o Brasil a viver uma catástrofe inédita na nossa história durante as eleições. E pode se estender depois.
Antes restritos às redes sociais e ambientes virtuais, os ataques passaram a ocorrer na vida “real” (física), fora da internet. Os atentados a eventos políticos da oposição, que ocorreram nas últimas semanas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, o ataque ao juiz que mandou prender o ex-ministro da Educação por corrupção e, agora, o assassinato de Marcelo Arruda, são a expressão de que o Brasil não passa por um momento de normalidade.
A chamada “polarização”, na verdade, opõe defensores da democracia, dos direitos humanos e dos princípios mínimos de civilidade e convivência social a pessoas que acreditam na violência e no ódio acima de tudo e de todos.
É inadmissível que os setores radicais ainda tentem naturalizar que uma pessoa seja assassinada em frente à sua família por conta de sua opção política. Isso não é resultado de “polarização”, e sim fruto da ação orquestrada de um grupo político específico, que pretende criar um caos social durante o processo eleitoral, caso perca no voto, nem que isso custe a vida de brasileiras e brasileiros, incluindo mães e pais de família, como era Marcelo, que tinha esposa e quatro filhos.
Não se trata de uma mera disputa entre esquerda e direita, porque isso sempre existiu desde a redemocratização e a violência não era uma opção. Agora, trata-se de uma disputa entre a civilidade e a barbárie.
Clamando por paz, respeito e Democracia, o SISMMAC envia suas condolências aos familiares e amigos de Marcelo Arruda.
Fonte: SISMMAC