Quem Te Viu, Quem Te Vê – Gerson Sabino

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
20181109_gersonsite

Há 51 anos, em maio de 1967, ingressou na rede municipal
de educação de Curitiba a primeira turma de professores concursados. Gerson
Sabino, hoje aposentado, conta que ele e outros 42 colegas dessa mesma turma
acompanharam o desenvolvimento da rede municipal de educação, desde o momento
em que existiam apenas três escolas municipais.

Gerson
lembra com carinho dos desafios enfrentados na primeira unidade em que
trabalhou.A
Escola Municipal Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, apelidada na época de “grupão”,
foi criada para atender as crianças da primeira vila construída pela Companhia
de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
“Nos idos de 1967, o professor de sala de aula era pau para toda obra e
tinha que resolver as questões ligadas à relação do aluno com a escola e à
relação da escola com a comunidade, que era muito carente”, conta.

Muita
coisa mudou em cinco décadas, a começar pelo concurso público. Gerson recorda
que a primeira turma passou por prova escrita, oral e prática antes da
nomeação. Além disso, destaca o desenvolvimento de atividades especializadas,
como o trabalho de pedagogos e supervisores, para auxiliar no suporte ao
professor que atua em sala de aula.

Luta por direitos na redemocratização

Sua trajetória também acompanha o
desenvolvimento da organização sindical do magistério. Gerson foi filiado à
Associação do Magistério Municipal de Curitiba (AMMC), criada em 1979 e que se
transformaria em SISMMAC em 1988, com o fim da ditadura militar. “Participamos
de uma atividade representativa em uma época em que a palavra sindicato não era
muito comum”, destaca.

Além do clima político, Gerson
conta que, o quadro de professores era menor e as negociações com Prefeitura
eram menos ativas do que hoje. “Mesmo assim, a AMMC trouxe uma conquista grande
para o magistério em 1985, que foi o nosso primeiro estatuto, chamado de
azulzinho”. É com orgulho que ele recorda da primeira eleição direta em que
participou no início dos anos 1980, quando foi eleito para a direção da Escola
Municipal Albert Schweitzer.
“Havia cinco candidatos e eu fui o mais votado pelos professores em uma eleição
direta, sem o envio de lista tríplice”.

Gerson trabalhou a maior parte do tempo em escolas da
regional CIC, mas também passou pela escola Julia Amaral Di Lenna, no Barreirinha,
e atuou como chefe de núcleo no Pinheirinho e Bairro Novo. Uma das memórias
mais marcantes de sua carreira foi a organização de um sistema de transporte
escolar para garantir que cerca de 1,2 mil crianças da região do Tatuquara
pudessem frequentar aulas em outros bairros, enquanto escolas eram construídas
na regional. “Eu sempre tive uma ligação muito grande, uma afinidade especial
com as comunidades das regiões de periferia”, relembra.

Posts Relacionados