A greve dos carteiros acabou na segunda-feira, dia 21. Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) avalia que o acordo costurado pela Fentect (federação nacional da categoria) e pelo ministro Hélio Costa (Comunicações) é uma “vitória parcial” dos trabalhadores e uma “derrota da arrogância” de Carlos Henrique Custódio, presidente nacional da empresa.
“Esse acordo significa uma vitória dos trabalhadores, ainda que parcial, uma vez que o presidente dos Correios simplesmente não queria negociar”, afirma o diretor de Finanças do Sintcom-PR, Sebastião Cruz. “A organização dos trabalhadores venceu a arrogância de Carlos Henrique Custódio. Ele deveria ser processado por má gestão pública e pelo transtorno causado aos trabalhadores e à população brasileira.”
O principal motivo da paralisação nacional que durou 21 dias – a mais longa greve da história dos Correios – foi o descumprimento do termo de compromisso assinado em novembro de 2007. O documento, assinado com o aval do presidente Lula previa o pagamento do adicional de risco de 30% para os carteiros.
O sindicato paranaense avisa que prosseguirá com seu abaixo-assinado em defesa do afastamento de Carlos Custódio do cargo de presidente dos Correios e de Itamar Ribeiro, diretor regional da empresa no Estado. A categoria permanece acampada em torno da sede estadual da empresa em Curitiba.
Sobre o acordo
Pelo acordo, os Correios se comprometem a pagar, em definitivo, o adicional de 30% do salário-base para todos os 43 mil carteiros que trabalham na distribuição e coleta externa, retroativo a junho. Aos 16 mil trabalhadores que atuam na distribuição e no atendimento das agências a empresa pagará o valor fixo de R$ 260.
Os dias parados não serão descontados. Serão compensados, mediante banco de horas. Em agosto, na data-base da categoria, empresa e trabalhadores voltarão a discutir os termos do plano de cargos, carreiras e salários (PCCS).
A entrega de correspondências deve estar normalizada em no máximo duas semanas. Em todo o país, 130 milhões de cartas e encomendas não chegaram a seus destinatários em razão da greve.
Foto: Rafael Zeni