Em menos de duas semanas, Greca fecha duas UPAs em Curitiba

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No último dia 20, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fazendinha
foi fechada para ser transformada em
leitos hospitalares para receber casos
do Hospital do Idoso Zilda Arns (HIZA) e da antiga Maternidade Bairro Novo.

Menos de uma semana depois, já se vê que a estrutura da UPA não oferece as
condições mínimas necessárias, afinal de contas, não foi construída para
funcionar como hospital. Enquanto isso, a população fica desassistida dos
serviços de urgência e emergência.

Os problemas são inúmeros. A UPA não tem sequer banheiros e
chuveiros suficientes para esse tipo de atendimento, fazendo com que a equipe
de enfermagem precise se desdobrar ainda mais para realizar cuidados necessários.
Isso sem falar da falta de servidores para atender os pacientes e da ausência
de estrutura como oxigênio em toda a unidade e leitos mais adequados. E claro
que o fechamento da UPA não foi o suficiente para que os leitos do Hospital
do Idoso continuassem vazios
, afinal de contas, os números de casos de
coronavírus crescem vertiginosamente a cada dia.

No início da bandeira amarela, no dia 28 de setembro – um
dia após o início da campanha eleitoral – Curitiba tinha cerca de 3.800 casos
ativos, agora, ao fim das eleições, a cidade atingiu a marca de quase 13 mil.
Hoje temos mais do que o triplo de pessoas com a doença ativa, podendo
transmitir o vírus e que, em muitos casos, dependem do atendimento hospitalar e
até de UTI. Sem abertura de leitos
suficientes e sem medidas preventivas, como seria possível que o sistema de
saúde não entrasse em colapso?

E, para tentar continuar mascarando a péssima gestão durante
a pandemia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que irá fechar mais
uma UPA nesta sexta-feira (27), a unidade Boqueirão. De acordo com a
administração, a medida se dá para que mais leitos do HIZA sejam liberados para
o atendimento da Covid-19. O problema é que a tentativa falha da gestão Greca
de evitar o colapso na saúde é meramente propaganda, afinal de contas, enquanto os leitos do HIZA são liberados, a
vida da população com outras doenças estão sendo colocadas em risco.

Além disso, assim como a UPA Fazendinha, a UPA Boqueirão
também não tem estrutura e nem efetivo suficiente de trabalhadores para receber
os pacientes do Hospital do Idoso. E quantas UPAs ainda serão fechadas antes
que uma medida mais efetiva seja tomada?

Está muito óbvio que só
o remanejamento dos pacientes não resolve o problema! Antes mesmo da pandemia,
a saúde de Curitiba já estava sobrecarregada, portanto, sem a contratação de
mais trabalhadores via concurso público e investimento na estrutura das
unidades de saúde pública, o colapso beira ao inevitável. E quanto mais o
desprefeito Greca demorar a agir, mais caro será o preço para a saúde da
população trabalhadora.

A UPA Boqueirão realiza mais de 10 mil atendimentos por mês,
a UPA Fazendinha, mais de 11 mil. Isso significa que os usuários dessas UPAs
terão que procurar outras unidades, sobrecarregando ainda mais os profissionais
e o sistema de saúde. Isso sem falar que muitos trabalhadores terão que
procurar a UPA CIC, uma unidade terceirizada que não possui pediatria, Raio-X e
que muitas vezes se nega a receber procedimentos de emergência, por falta de
estrutura.

O saldão de fim de ano é com
a vida dos trabalhadores

O aumento desenfreado no número de casos tem sido anunciado
desde setembro, quando os números de infectados começaram a subir. Mas, as
prioridades da gestão Greca são outras. Primeiro vieram as eleições e a
necessidade de mostrar uma Curitiba de um mundo de faz de conta. Agora, a
necessidade é manter o empresariado feliz, por isso, o Decreto nº 1600/2020 que
instaura mais uma vez a bandeira laranja na cidade, entrará em vigor apenas
após a Black Friday.

E ainda, a mudança de bandeira parece ser mais uma fachada
do desgoverno Greca,
afinal de contas, os grandes empresários, donos de
shoppings e grandes lojas, não são afetados – não podia ser diferente, já que
um dos grandes doadores de campanha de Greca, é dono de um dos maiores
shoppings da cidade.

Chega de omissão por parte da gestão Greca, que nas redes
sociais lamenta, chora e faz apelos à população sem considerar nenhuma medida
de fato eficaz para que a saúde consiga se manter funcionando.

Apelo emocional não é política pública! O que são
necessárias são mais contratações de profissionais, o chamamento dos
trabalhadores da enfermagem que passaram no último concurso público, a
ampliação dos leitos para Covid-19 através de hospitais de campanha, a
reabertura imediata das UPAs e, além disso, medidas eficazes para o controle da
doença, como o lockdown.

Por isso, o SISMUC convida os trabalhadores da saúde e
demais categorias que queiram somar nessa luta, para participar do Coletivo da
Saúde na próxima quarta-feira (2), às 18h30. Vamos discutir a saúde pública em
Curitiba e avançar nas cobranças diante do descaso da gestão! Nossa luta é pela
vida dos trabalhadores, se o governo não faz por nós, nós faremos. Em breve,
mais informações.

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