Privilégio? Defasagem de salários reduz poder de compra dos servidores

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A
cruzada do Governo Federal contra os servidores e os serviços
públicos não para. E para aprovar mais esse ataque, que representa
mais um passo rumo à privatização dos serviços essenciais à
população, a estratégia tem sido 
jogar
os trabalhadores uns contra os outros, para enfraquecer a nossa
resistência.

É
assim que se cria a noção errada de que os servidores públicos são
uma categoria altamente privilegiada. 
Mas
será que essa ideia representa a realidade desses trabalhadores?

A maior parcela dos servidores públicos tem visto o salário de
sustento de suas famílias reduzir nos últimos anos, graças ao
congelamento de planos de carreira e reajustes abaixo da inflação.
Mesmo
desvalorizados, são esses servidores que mantém o serviço público
e levam os serviços do governo federal, estados e municípios até
os usuários.

Quando
se trata dos servidores que estão em contato direto com a população,
esses têm os 
menores
salários dentro 
do
funcionalismo
público.
E
justamente são esses trabalhadores é que serão diretamente
impactados pela proposta do governo federal. 
Afinal
de contas, a Reforma Administrativa não atinge 
parlamentares,
juízes, desembargadores, ministros, promotores, procuradores e
militares.

Um
levantamento feito pela Revista Piauí demonstra como existem
diferenças importantes dentro do serviço público. A maioria dos
servidores têm uma realidade muito distinta daqueles altos cargos do
judiciário, que recebem salários do topo do funcionalismo e uma
série de auxílios.

Metade dos servidores públicos no Brasil têm o rendimento bruto de
R$ 2,7 mil por mês.

Com
os descontos, os servidores e servidoras que garantem os serviços de
setores essenciais como a saúde e a educação municipais estão
muito longe de serem privilegiados.

#@txt1612@# Só
que essas informações da realidade dos trabalhadores do serviço
público não aparecem de forma clara no discurso do governo que
defende mais essa reforma desumana. O sigilo das informações a
falta de transparência nos dados por parte do governo federal faz
parte da estratégia do governo para implementar uma ideia errada de
privilégios e números excessivos de servidores públicos no Brasil,

o que é uma mentira, já que basta olhar para a situação dos
serviços públicos para ver que faltam profissionais em todas as
áreas.

As
perdas salariais históricas dos servidores de Curitiba são exemplos
da desvalorização do funcionalismo público.
De março de 1999 até
outubro de 2020, a perda salarial dos servidores do quadro geral já
atingiu 21,81% e para o magistério chega a 12,09%.

Considerando somente a gestão Greca, a perda acumulada já é de
10,79%.

E
é só olhar para a realidade a nossa volta para perceber que os
servidores públicos são parte da classe trabalhadora que vem sendo
explorada mais e mais a cada ano.
Se
você tem filhos que estudam nos CMEIs ou nas escolas municipais,
deve conhecer de perto essa realidade:

as professoras e professores, os auxiliares de serviços escolares e
demais trabalhadores da educação estão entre os servidores que
estão com os planos de carreira congelados e receberam reajustes
abaixo da inflação nos últimos anos. Isso sem falar da falta de
servidores: nas escolas municipais de Curitiba faltam mais de mil
professores e em metade das escolas faltam auxiliares de serviços
escolares.

A
história se repete na saúde.
Durante a pandemia, equipes de
enfermagem têm sido contratadas com salários abaixo do piso da
categoria e em contratos precarizados, em vez de chamar os servidores
aprovados em concurso público. Para os servidores concursados, até
mesmo a contagem do tempo de serviço foi suspensa, prejudicando as
progressões e o avanço de carreira.

Não
se engane, a proposta de Reforma Administrativa não vai acabar com
supostos privilégios dos servidores públicos. Essa reforma vai
dificultar o acesso da população trabalhadora aos serviços
públicos. Você, trabalhador e trabalhadora, quer um futuro sem
acesso à educação, à saúde e a outros serviços de forma
gratuita e universal? Lutar contra a Reforma Administrativa é uma
tarefa de todos nós.

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