Até a água querem tirar do trabalhador

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20200626_saneamento

A maioria dos senadores aprovou no dia 24 de junho o Projeto
de Lei do senador Tasso Jereissati do PSDB, que propõe a privatização da água e
do saneamento básico no Brasil.
Pelo projeto, o saneamento deixa de ser administrado pelo Estado e vai para as
mãos das empresas privadas, ou seja, pretendem transformar um recurso natural e
fundamental para a vida, em mercadoria rentável para o Capital.

A proposta, aprovada pela maioria dos senadores, muda o marco regulatório do
saneamento, abrindo as porteiras para que as empresas privadas concorram entre
si para abocanharem os serviços de água e saneamento no país.

Hoje, a maioria dos serviços de água e saneamento são realizados através da
Companhias estaduais e municipais, ou seja, é o Estado que deve ser o
responsável por garantir o abastecimento de água e garantir o acesso ao
saneamento. Onde há empresas privadas, há má qualidade da água e tarifas altas.
A cidade de Manaus tem os serviços privatizados desde 2000 e mostra que só há
investimentos onde há retorno imediato de lucro,
deixando a periferia sem
abastecimento de água, mesmo morando na maior bacia hidrográfica do mundo
De maneira proposital, os sucessivos governos sempre negligenciaram o acesso à
água e saneamento e o resultado disso é que
quase metade da população no
Brasil não tem acesso a tratamento de esgoto sanitário, o que significa que
quase 100 milhões de trabalhadores não tem acesso a saneamento e
aproximadamente 35 milhões não tem acesso à água tratada.
Os dados são do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) divulgados esse ano,
referente ao ano de 2018 que mostram a cruel situação a que são submetidos os
mais pobres.
A hipócrita justificativa para o projeto que quer transformar a água em
mercadoria tenta se escorar na ausência de políticas públicas para o
saneamento, tentando esconder que as grandes corporações privadas, ao
disputarem as licitações que serão verdadeiros leilões da água, buscarão
investir bem longe da pobreza, o que significa que além do aumento das tarifas,
o que já vimos em vários outros setores privatizados, vão piorar ainda mais o
acesso à água e ao saneamento. 
As experiências pelo mundo afora revelam que em todos os lugares onde os
serviços de fornecimento de água e saneamento foram privatizados o que se viu
foi aumento das tarifas, a piora dos serviços de acesso à água e esgoto
tratado, além de potencializarem a agressão ao meio ambiente. Nas recentes
manifestações no Chile, a luta contra a privatização da água está entre as
principais reivindicações das mobilizações que ocuparam por meses as ruas do
país.
Num momento em que no Brasil mais de 50 mil já morreram, mais de um milhão
estão contaminados pelo novo coronavírus pela ação do governo genocida
Bolsonaro,
mais uma vez a maioria que está no Parlamento mostra a quem
serve: até o recurso mais básico à vida do ser humano querem entregar nas mãos
do Capital.
Lutar contra a implementação do PL 4.162/19 também é uma luta em defesa da
vida.

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