Estudantes entram em cena na luta por educação de qualidade

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Mais
de 73 escolas estão ocupadas no estado do Rio de Janeiro. Além de
apoiar a greve dos professores que já dura dois meses, os estudantes
secundaristas se colocam em luta para cobrar mudanças radicais no
sistema de ensino.

Entre
as reivindicações comuns, estão a melhoria na infraestrutura das
unidades, eleições diretas para escolha de diretores, extinção do
Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro
(Saerj), maior carga horária para filosofia e sociologia, volta de
porteiros e inspetores, pagamento sem atraso do salário dos
professores, máximo de 35 alunos por salas de aula e passe livre no
transporte coletivo.

As ocupações estudantis, movimento que começou no dia 21 de março, em conjunto com a greve dos professores já começaram a surtir efeito e conquistar avanços. Na última terça-feira (10), o secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Antonio José
Vieira de Paiva Neto, anunciou que o
Saerj vai acabar em
2017. O governo também sinaliza que atenderá a reivindicação dos alunos a respeito da eleição para escolha dos diretores, com a promessa de realizar consulta à comunidade 40 dias após a desocupação das escolas

O exemplo dos estudantes de São Paulo

A
luta dos secundaristas no Rio de Janeiro é inspirada pelo movimento
vitorioso que conseguiu barrar o fechamento de escolas, em São
Paulo, no ano passado. Ao todo, foram 213 escolas ocupadas contra projeto de reestruturação que, se implantado, culminaria no fechamento de 94 unidades de ensino e impactaria a rotina de mais de 310 mil alunos.

A luta dos secundaristas em São Paulo continua em 2016, com atos públicos e ocupações em escolas técnicas. Os alunos protestam contra a falta de refeições nas unidades, o corte e desvios das verbas na educação.

Além de São Paulo e Rio de Janeiro, a luta dos estudantes secundaristas se espalha ao redor do país. Em Goiás, foram 28 escolas ocupadas entre dezembro e fevereiro de 2016 contra o projeto de privatização que entregaria a gestão das escolas para a iniciativa privada.

O
que a luta dos estudantes ensina ao conjunto da classe trabalhadora

A
maioria das meninas e meninos envolvidos nas ocupações participou
dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em
2013. Desse intenso processo de lutas, emerge uma juventude mais
consciente do seu papel político, que experimentou na prática a
lição de que só a luta muda a vida!

O
que mais impressiona na onda de ocupações promovidas por estudantes
secundaristas, em especial nas ocupações realizadas em São Paulo,
é o resgate de princípios e formas de organização desenvolvidos
pelos trabalhadores ao longo de sua história. As mobilizações
estudantis foram organizadas a partir da base, com assembleias para
definir as ações e com autonomia frente a partidos políticos.

Em
grande parte das ocupações, os estudantes se dividiram em comissões
para garantir a realização de atividades e o cuidado com a escola.
As reivindicações e a seriedade do movimento conquistaram o apoio
ativo dos pais e da comunidade.

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