Quem te viu, quem te vê: Yara Bonat Trevisan

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Yara do Rocio Bonat Trevisan, curitibana, entrou na rede
municipal de Curitiba em 1980, logo após concluir o curso de psicologia. Seu
objetivo principal no início da carreira era trabalhar como professora e,
eventualmente, como psicóloga escolar. Esse cargo que ela almejava, porém, não
foi criado até hoje.

Devido à Ditadura Militar, ela vivenciou momentos de
tensão nos primeiros anos na escola. Não havia liberdade de expressão e
qualquer ato para reivindicar direitos era reprimido. Foi nesse cenário que
Yara acompanhou a criação da Associação do Magistério Municipal de Curitiba
(AMMC). Ela conta que foi muito participativa nos atos e movimentos do
magistério, pois acredita na força da coletividade. “Para mim, sindicato é
união. Somente por meio da união da nossa categoria podemos atingir objetivos e
garantir nossos direitos”.

Em 28 anos de magistério, Yara trabalhou 14 anos no ensino
regular (Cianorte e Francisco Klemtz) e outros 14 na educação especial (David
Carneiro e São Miguel). Apesar de não ver muitas diferenças entre as duas
áreas, Yara considera essa mudança significativa para a carreira. “Eu me
realizei muito na educação especial, assim como nas turmas de pré-escola e
salas de recursos. Eram áreas mais próximas da minha graduação em psicologia”,
afirma.

Aposentou-se em 2008 por causa de uma situação familiar:
o agravamento da doença de sua mãe. A transição para a aposentadoria não foi
fácil. “Eu chegava ao ponto de sonhar com os meus alunos tendo aula com outra
professora. Acho que foi assim que eu percebi que essa fase da minha vida
estava encerrada”, diz Yara. A condição de saúde da mãe a inspirou a fazer uma
pós-graduação em gerontologia, para compreender o processo de envelhecimento.
Com a conclusão do curso, Yara acredita que um ciclo foi completado, pois agora
seus estudos abrangem todas as etapas do desenvolvimento humano.

No mesmo ano em que se aposentou, Yara passou a
participar do Coletivo de Aposentados do SISMMAC. Para Yara, o Coletivo é um
grupo produtivo, atuante e acolhedor. Dentro dele, ela passou por alguns
momentos significativos como ajudar na fundação da Associação Brasileira de
Atenção e Apoio à Pessoa Idosa (ABRAAPI) e escrever um artigo sobre jogos e
aspectos cognitivos em idosos para a revista Chão de Escola.

Yara continua atuando na área da
psicologia educacional e gerontologia em atendimento particular. Ela entende a
prioridade de cada fase da vida, mas sabe que seu desejo de continuar
contribuindo para a construção de uma educação de qualidade e valorização do professor
nunca vai desaparecer “Eu ainda tenho muito a contribuir para a educação
pública de qualidade. Mesmo aposentada, a luta é contínua”.

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