Enquanto a Prefeitura tenta modificar as eleições das escolas indo contra a vontade da comunidade escolar, nos CMEIs a situação é ainda pior. É no espaço da educação infantil que a administração não abre mão das indicações para direção das unidades.
Na última sexta-feira (20), a gestão abriu vagas para o Chamado Programa de Gestão da Educação Infantil, um curso que, de acordo com a administração, busca encontrar profissionais capacitados para exercer o cargo de gestão dos CMEIs. Entretanto, essa é uma desculpa para que a Prefeitura continue indicando a direção dos CMEIs. Afinal de contas, a melhor forma de escolher o gestor de uma unidade seria através da participação dos trabalhadores e da comunidade, garantindo um processo eleitoral democrático.Mas não é isso que a Prefeitura quer!
Há tempos a eleição para direção tem sido uma reivindicação dos trabalhadores concursados – e agora dos contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS). Em 2017, por exemplo, a administração interveio na votação das eleições para diretores de escolas, CMEIs e CMAEs e colocou o líder do desprefeito, Pier Petruzzielo, para orientar os vereadores a votarem contra as eleições nos CMEIs e CMAEs.
Ao manter as indicações, a Prefeitura fere um dos princípios democráticos de que os trabalhadores possam escolher, junto à comunidade, a gestão da unidade. Além disso, a vitória que garantiu o fim da dobradinha nas escolas também mostra a importância da rotatividade entre os trabalhadores da educação, garantindo gestões com menor índice de assédio moral, e com maior diálogo.
Mas somente as eleições são suficientes para garantir a democracia nas escolas e CMEIs? Não, mas esse é um passo importante e que deveria ser garantido para todas as unidades.
A Prefeitura é organizada em um sistema de hierarquia em que cargos comissionados ganham quatro vezes mais do que uma Professora de Educação Infantil recém-concursada. Os cargos comissionados trabalham diretamente em cargos mais altos de gestão como no núcleo de educação de Curitiba. Os salários altíssimos servem justamente para que os profissionais cobrem os trabalhadores e trabalhadoras e garantam que a política da gestão municipal seja aplicada nas unidades escolares independente do descontentamento das categorias.
Esse é o caso do retorno presencial das aulas. Não é segredo para ninguém que as unidades escolares não possuem estrutura suficiente para o retorno. Entretanto, para cumprir os desmandos de Greca, temos visto tentativas por parte da gestão de esconder e negligenciar os casos de infecção da Covid-19 dentro dos locais de trabalho.
Esse tipo de postura mostra a importância de garantirmos as eleições de diretores e diretoras dos CMEIs avançando no processo democrático. E para além disso, mostra a importância de nos organizamos nos locais de trabalho.
