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Câmara destina dinheiro do Fundeb para a educação privada

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20201214_fundeb

Na noite da última quinta-feira (10), os deputados do chamado
“centrão” e do bloco de apoio ao governo Bolsonaro aprovaram a
regulamentação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb) com alterações que permitem que o
dinheiro público seja usado para financiar entidades privadas no
Sistema S e filantrópicas.

As alterações
aprovadas no projeto de lei 4372/2020 ameaçam as principais
conquistas obtidas com a aprovação
do
novo Fundeb Permanente
, que estabeleceu o aumento gradativo da
contribuição da União dos atuais 10% para 23% em 2026
.
Se o retrocesso prevalecer, o dinheiro destinado à educação
pública deve diminuir, mesmo com o aumento gradual do percentual
investido, devido à pressão e à concorrência com o setor privado.

A regulamentação
segue agora para votação no Senado e deve ser votada já na próxima
semana. Caso haja alteração, o projeto volta novamente para
apreciação na Câmara dos Deputados.
É
por isso que precisamos estar unidos para cobrar que esses recursos
sejam destinados apenas para a educação pública!

O interesse
do governo Bolsonaro em transferir recursos do Fundeb para os
empresários faz parte do projeto neoliberal de transformar direitos
em mercadorias
.
Essa
transformação radical no papel do estado é justamente o que propõe
a Reforma Administrativa enviada ao Congresso em setembro.

#@txt1650@# Veja os
principais retrocessos aprovados no projeto de lei 4372/2020, que
regulamenta o novo Fundeb

1. Permite que os recursos do
Fundeb sejam usados para financiar a oferta de educação técnica e
profissional em instituições privadas conveniadas ao poder
público, como as do sistema S. Não há qualquer limitação para
essas parcerias!

2. O
ministro da Economia, Paulo Guedes, também já deixou claro que
quer utilizar recursos do Fundo para privatizar a educação
infantil por meio de convênios ou voucher.

3. Permite que
instituições comunitárias, confessionais e filantrópicas
abocanhem mais 30% do custo aluno do FUNDEB para ofertar atividades
extracurriculares aos estudantes de escolas públicas. A
privatização do contraturno é um ataque inédito no Brasil!

4. Autoriza a
privatização de 10% das vagas do ensino fundamental e médio,
permitindo que o poder público use verbas do Fundeb para custear
vagas em escolas religiosas (confessionais), comunitárias e
filantrópicas mesmo quando houver vagas em instituições públicas.

5. Emenda
apresentada pelo Partido Novo incluiu trabalhadores terceirizados
que atuam nas instituições conveniadas e todos os profissionais
vinculados às secretarias de educação na subvinculação que
prevê que 70% dos recursos do Fundeb sejam destinados à
remuneração dos profissionais da educação. Essa inclusão –
que pode abranger contadores, administradores e até mesmo militares
– permite que o poder público some salários pagos a outros
profissionais no cálculo do percentual, o que reduzirá os
recursos
destinados aos planos de carreira e às políticas de valorização
dos profissionais da educação.

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