PIQ esconde: os problemas por trás das avaliações

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20191023_piq

Não
bastasse a sobrecarga de trabalho que as professoras e professores da rede
enfrentam nas unidades escolares, a gestão do prefeito Rafael Greca conseguiu precarizar ainda
mais o dia a dia desses trabalhadores com reorganização da avaliação de
Parâmetros e Índices de Qualidade (PIQ).

#@txt1158@#O ritmo
imposto pela administração para que os formulários sejam respondidos é
incompatível com a realidade das unidades de ensino de Curitiba. E, não à toa,os
sindicatos já receberam denúncias de fraude da avaliação diante dos prazos e
dos recursos que as unidades têm à disposição.
Ou seja, a Prefeitura não oferece condições para aplicar o PIQ,
que tem um conteúdo bastante questionável, diga-se de passagem, cobra prazos
impraticáveis e não dá retorno nenhum sobre o resultado da avaliação para a
comunidade escolar.

É importante ressaltar que o PIQ é uma exigência do governo federal e a aplicação de
uma avaliação que pouco condiz com a realidade das unidades de ensino se estende para todo o país e não é uma
particularidade do município de Curitiba.

Individual x coletiva

#@cit1159@#Não vamos
nos enganar, os problemas com o PIQ não são de hoje.Esse
modelo de avaliação escolar é limitado
e, na maioria das vezes,não
chega na raiz dos problemas: a falta de investimento e estrutura das unidades
escolares. Mesmo nos anos anteriores, quando a avaliação era realizada de
maneira conjunta,
as perguntas também eram fechadas, induziam a responsabilização
dos professores e isentavam o governo da avaliação.

Porém, o
método de responder coletivamente, por meio de uma reunião com trabalhadores e
comunidade, possibilitava uma troca entre as partes e o resultado evidenciava
uma posição daquela comunidade em relação aos diversos aspectos da unidade e do
ensino.

Agora, com
a avaliação individual, isso não é mais possível. O fato das mães e pais
poderem responder a avaliação em casa pode tanto acabar com a possibilidade de
participarem do PIQ, devido à falta de acesso, quanto pode eliminar a
possibilidade de conversar com os trabalhadores da escola sobre os problemas da
unidade. Na prática, a avaliação individual é mais pobre porque não representa o
saldo de uma discussão.

Falta de estrutura

A maior
parte das unidades escolares da rede municipal de ensino não conta com
laboratórios de informática. Sem manutenção, substituição dos equipamentos e
investimentos, essas salas deixaram de funcionar ao longo dos últimos anos e,
sendo assim,não há possibilidade que toda a comunidade escolar responda,
individualmente, o formulário do PIQ.

Em geral,
as avaliações servem apenas para fazer propagandas superficiais e que não apresentam
a realidade da educação de Curitiba. Enfrentamos o problema da falta de
profissionais nas unidades escolares. Faltam professores, pedagogo escolar e
inspetores, por exemplo. Além disso, parte das turmas estão superlotadas e
temos um número crescente de profissionais afastados para tratamento médico,
consequência das condições precárias de trabalho e da negligência da
Prefeitura. A qualidade da educação abrange muito mais fatores do que essas
avaliações são capazes de mostrar.

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