Future-se pra quem?

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O novo programa do governo federal para
a educação, o Future-se, contém uma
receita antiga e conhecida de todos nós:
privatizar para lucrar mais.
O projeto dá continuidade ao anúncio do corte de 30% do orçamento das universidades e institutos federais. A
proposta está alinhada à política de Jair Bolsonaro e a tudo que o presidente fez nesses sete meses de mandato: entregar direitos sociais como
saúde, educação, aposentadoria, entre outros, à
iniciativa privada e transformar aquilo que hoje
é direito para os trabalhadores em um balcão de
negócios para empresas e bancos.

O anúncio do Future-se, feito pelo ministro
da Educação, Abraham Weintraub, veio carregado de um discurso de modernização da administração das universidades. Mas, a realidade é
que o projeto prevê a entrega quase irrestrita
da produção científica brasileira, de parte do
patrimônio público e do trabalho dos docentes
na mão dos empresários.
Ou seja, a cobrança de
mensalidade dentro dessas instituições é apenas um dos problemas.

Governo Bolsonaro empurra
dados que não o favorecem
pra baixo do tapete

O governo não leva em consideração que, de acordo
com o ranking universitário elaborado pelo Jornal Folha
de S. Paulo em 2018, 43 das 50 instituições melhores
colocadas são públicas. É importante ressaltar que o
ranking considera indicadores de pesquisa, ensino, mercado, internacionalização e inovação. Não há nenhuma
faculdade privada entre as dez melhores instituições de
ensino superior do país.
Para além disso, a Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes) aponta que 99%
das pesquisas científicas do país são produzidas por
universidades públicas. 


Mas, se o atual governo prefere esconder as estatísticas que revelam que o desemprego e o desmatamento
aumentaram e que há fome, sim, no Brasil, por que daria atenção aos dados que mostram que universidades
públicas são responsáveis pela quase totalidade das
pesquisas científicas produzidas no país?

A quem vai servir a
educação do nosso país?

Mesmo com limites de acesso e com a
falta de investimentos no setor – que não
é de hoje –, o tripé de ensino, pesquisa e
extensão promovido por essas instituições
ainda é responsável por levar o conhecimento que é produzido dentro das universidades para o conjunto da sociedade.

E esse conhecimento traduz-se em medicamentos na área da saúde, melhorias no
saneamento, no transporte e na moradia,
desenvolvimento de novas tecnologias e
mais recursos para vivermos em sociedade.
Entretanto, o aumento da participação de empresas privadas no financiamento do ensino superior público vai
significar o fim de retorno social para as
pesquisas realizadas dentro das universidades. A prioridade passará a ser para
projetos que tragam lucro e retornos rápidos para o capital investido.
A situação dos
professores

Se na atual conjuntura o medo de perseguição que assola professoras e professores em
sala de aula já impede
que muitos conteúdos
relevantes sejam abordados, como será com a
insegurança constante
de perder o emprego
caso a meta não seja
atingida ou pelo fato de
o conteúdo da aula não
estar alinhado aos interesses do capital? 
Por todos esses
motivos, nossa luta
contra os ataques à
educação pública precisa continuar!

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