BNCC: base ou controle?

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A
Semana Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (SME) propõe estudos
sobre a Base Nacional Comum CurricularAo invés de pensarmos nos desafios cotidianos e problematizar coletivamente a
prática docente, vamos ouvir receitas para a escola pública. Vamos contemplar
as práticas exitosas de bravos colegas e esquecer um pouco da dura realidade do
chão das escolas. Assim, a
SME joga para nós, professores e demais servidores, a responsabilidade de
garantir educação de qualidade e impõe um modelo a ser seguido.

A
BNCC não é base. Ela se caracteriza como currículo único, fundamentado na
necessidade de reduzir “desigualdades” e melhorar a “qualidade” da educação no
Brasil
. 

Querem jogar a responsabilidade nas
nossas costas!

A verdade é que a BNCC não garante
qualidade nenhuma, o que ela prevê é controle sem apoio básico. Em todos os
estados é grande a desigualdade financeira das mais de 112 mil escolas
municipais brasileiras. Mais da metade delas sem rede de esgoto, conforme
revelado pelo Censo de 2017 do INEP.

Na Educação Básica, o governo Bolsonaro propôs corte de R$ 914
milhões. Só no Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) serão 30% de cortes,
conforme o jornal O Globo.

Como
garantir o currículo mínimo sem garantir verbas para estrutura das escolas e
materiais didáticos? 
Essa
lógica é perversa com alunos que são submetidos a testes de controle como a
Prova Brasil e mais perversa com professores que serão responsabilizados pelo
insucesso escolar ao terem “metas” amarradas na BNCC. Com a aprovação da Base já ficou claro que a formação teórica
de professores será atacada em nome de “boas práticas” que garantem o sucesso
escolar.

A Base não nos dá, a base retira!

Num
país tão grande e diverso é questionável que a BNCC proponha pequena carga horária
diversificada, padronize o ensino de competências e habilidades, a formação
humana de forma individualizada, ignorando as contradições sociais e visando o
preparo para o trabalho. Querem que a escola produza
trabalhadores dóceis, que saibam o mínimo de língua portuguesa e matemática. 

Por isso, a BNCC reduziu a
oferta e o foco de disciplinas como arte, educação física, história, geografia
e ciências, restringindo-as a projetos, e incluiu como prioridade na formação a
lógica digital. Tudo
para garantir a educação mínima, numa política de estado mínimo, onde a
verdadeira proposta é que as pessoas se eduquem sozinhas através de meios
digitais. O movimento é de
desintelectualização de professores e alunos.

Qual a Solução?

A
solução para contrapor as políticas de desmonte da educação é não se submeter à
competição e à individualização. É
cada vez mais denunciar coletivamente as nossas condições de trabalho,
mobilizar pais e colegas para a resistência! Sem dar jeitinho, tirar dinheiro
do bolso, ou fazer festas para reformar as escolas.

É preciso conversar, não aceitar
calados a cobrança da SME, não nos submeter a um currículo raso. Vamos ampliar as rodas de conversa e
estar junto dos sindicatos e demais movimentos nas lutas e greves por direitos!

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