• Home
  • »
  • Notícias
  • »
  • Patrulha do Lanche levanta debate sobre mudança na alimentação escolar

Patrulha do Lanche levanta debate sobre mudança na alimentação escolar

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
20171220_patrlha

A piora na qualidade do copo, que
rasgava facilmente na mão das crianças na hora do recreio, fez o debate sobre a
alimentação escolar virar rotina e conquistar a participação ativa dos alunos
na Escola Municipal Castro, na regional do Boqueirão.

O problema descoberto pelos
alunos do 4º ano foi levado para uma reunião com o pais, que se engajaram e
enviaram uma moção questionando a qualidade do produto para a Gerência de
Alimentação Escolar. A cobrança deu resultado e os copos foram substituídos
pela empresa terceirizada em toda a rede de ensino.

Além da substituição dos copos, a
conquista serviu de estopim para o surgimento do projeto Operação Lanche,
coordenado pela professora Luciana Kopsch junto aos alunos do 4º ano.

#@vej3@# Pesquisa sugere mudanças no cardápio

A primeira ação do projeto foi a
realização de uma pesquisa sobre o que as crianças acham da aparência e do
sabor do lanche servido no recreio. O resultado desse levantamento, que
envolveu toda a escola, foi entregue à Gerência de Alimentação Escolar no dia
15 de dezembro.

Acompanhado dos pais e da
professora, um grupo de alunos foi até o Edifício Delta falar sobre o resultado
do projeto e cobrar as melhorias diagnosticadas através do questionário.

A pesquisa apontou que os alunos
da escola gostam de comer frutas e gostariam que uma maior variedade fosse
servida no recreio.
Também descobriu uma grande rejeição das crianças aos
pudins, vitaminas e leites aromatizados e também aos risotos entregues pela
empresa terceirizada.

Um incentivo ao pensamento crítico

O projeto Operação Lanche foi
muito além da aplicação do questionário e da análise dos dados
. Ao longo do
ano, foram criadas outras tarefas e missões relacionadas ao projeto principal.

Os alunos se tornaram
patrulheiros, responsáveis por fiscalizar a qualidade do lanche. Em agosto,
foram até a Câmara Municipal entrevistar o autor do projeto Segunda-Feira Sem
Carne
. Em seguida, produziram um material de conscientização para a comunidade
sobre o descarte correto do óleo de cozinha e coletaram no bairro. A última
ação, ainda em andamento, foi a criação do “lanchômetro”, no qual os alunos se
revezam em todas as turmas para provar e anotar a qualidade do lanche
diariamente.

Além de abordar conteúdos
curriculares de forma diferenciada, as atividades estimulam o pensamento
crítico e contribuem para mudar a forma como a alimentação escolar é tratada ao
estimular os alunos a terem voz ativa na fiscalização e na decisão sobre o cardápio.

Para Suelen Teresa da Rosa, mãe
do Leonardo, o grande mérito do projeto é aproximar o conhecimento teórico e
científico da prática vivida pelas crianças. “Mais importante do que avaliar se
o lanche é bom ou não, é estimular que as crianças se posicionem, que falem
sobre o que gostam ou não e partir disso trazer o debate para a sala de aula”,
completa.

Moisés Alves Pereira, pai dos
gêmeos André e Samuel, também participou da reunião com a Gerência de
Alimentação Escolar. “O projeto permite que as crianças desenvolvam a crítica
desde pequenos e tenham acesso a outras áreas, como inclusão e
sustentabilidade, temas que quando eu era criança não tive oportunidade”, aponta.

Avançar na alimentação escolar
exige ouvir os alunos e contratar mais profissionais

As sugestões apresentadas pelo
grupo serão avaliadas pela Gerência de Alimentação Escolar, que se comprometeu
a responder as solicitações. Além das mudanças no lanche, os pais também defenderam
que o projeto estimule o surgimento de novas ideias e que a Secretaria
Municipal de Educação estude alternativas para ampliar a iniciativa em toda a
rede.

Hoje, há apenas quatro nutricionistas responsáveis por atender toda a rede municipal de educação. O dado foi apresentada na reunião pela professora Liliane Tsumanuma, que representa o magistério no
Conselho de Alimentação Escolar (CAE).
Além
de ampliar esse número, as professoras e professores reivindicam que o
modelo de terceirização seja revisto e que a alimentação volte a ser produzida
nas unidades de ensino, por profissionais concursados.

A sobrecarga gerada pela falta de
profissionais e a falta de recursos foram dificuldades debatidas na reunião. “É
preciso olhar de forma multidisciplinar para a sala e garantir condições para atender
os alunos que têm sede de conhecimento”, aponta Suelen.

Posts Relacionados