Estudantes de São José dos Pinhais ocupam escola contra MP 746

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A primeira ocupação de escola no Paraná contra
a Reforma do Ensino Médio, a Medida Provisória (MP) 746, aconteceu pelas mãos
de estudantes secundaristas de São José dos Pinhais.

Os estudantes que ocuparam a Escola Estadual
Pe. Arnaldo Jansen entendem que a MP 746 significa a restrição do seu direito à
aprendizagem. Eles convidam todo o movimento estudantil a enfrentar a Medida
sob a palavra de ordem “Fora com a Reforma”.

Com faixas e cartazes e devidamente
organizados em comissões de trabalho, os estudantes se preparam para manter e
ampliar a ocupação. Também é importante garantir apoio de diferentes entidades
e pais de alunos em sua principal pauta que é o fim da MP. A medida propõe a
retirada das disciplinas de artes, educação física, sociologia e filosofia da
matriz obrigatória do ensino médio e intensifica disciplinas técnicas
profissionalizantes.

O movimento dos estudantes secundaristas é só
o começo da resistência a essa medida, que nada mais é do que um verdadeiro
ataque ao pensamento crítico e científico.

A MP significa a entrega do ensino médio à
iniciativa privada, pois permite que empresas possam ministrar aulas
profissionalizantes através da perspectiva do “notório saber”. Com isso, o
governo enxuga o número de contratações de professores formados, garante mão de
obra barata e qualificada para o trabalho nas fábricas e ainda acaba por
impedir nossos jovens de vislumbrar a formação no ensino superior.

A direção do SISMMAC esteve presente no fim
da noite de segunda-feira (3) na escola ocupada e ofereceu apoio estrutural aos
pais e estudantes que constroem esse movimento. Diferentes entidades também
estavam oferecendo solidariedade como é o caso do Sindicato dos Servidores
Públicos de São José dos Pinhais (Sinsep) e o núcleo sindical da região
metropolitana sul da APP-Sindicato.

Para nós do SISMMAC, porém, é fundamental
garantir a autonomia dos estudantes que ocuparam a escola! Desta forma,
reforçamos que a construção dos rumos do movimento deve ser construída pela
própria juventude organizada na ocupação.

Desde já também repudiamos a atitude
policialesca da Chefia do Núcleo de Educação que se fez presente na escola,
intimidou os estudantes e pais e ameaçou chamar o Conselho Tutelar para tomar
providências com relação aos alunos. Segundo os estudantes, o chefe de Núcleo, Maurício Ferraz, chamou a Polícia Militar e a Guarda Municipal que, com a permissão de Ferraz, entraram na área administrativa da escola fortemente armados, e se retiraram após a denúncia de criminalização do movimento.

Todo
apoio aos estudantes secundaristas em movimento!

Não à MP 746!

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