Falta de Segurança nas Escolas: O que fazer?

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20160610violencia

A violência é um dos mais cruéis reflexos de uma sociedade baseada na
desigualdade. Uma vez que a falta de segurança generalizada chega até as
escolas, o SISMMAC se debruçou sobre o assunto nas últimas semanas em um
especial de matérias no site que teve como objetivo traçar um panorama de como
os CMEIs e escolas de Curitiba são impactados pela violência diariamente.

O levantamento realizado pelo Sindicato com todas as unidades da rede
revelou que o vandalismo é a forma de violência mais presente nas escolas: a
maioria delas (51,3%) apresentam pichação ou sofreram depredação neste ano. O
furto de equipamentos também é significativo, com mais de 135 ocorrências nas
185 unidades até meados de maio.

Assaltos
na redondeza e furtos de carros e peças de veículos atingiram 25% das escolas.
Tendo em vista os números, uma reivindicação de professores e funcionários é a
volta da Guarda Municipal, que se afastou das unidades à medida que uma empresa
privada passou a “zelar” pela segurança dos locais. A presença da Guarda e o
contrato com a empresa privada G5 também foram objeto de discussão nos textos
produzidos para o Especial.

Não existe solução rápida e fácil

Diante das estatísticas e do debate, uma questão aparece: o que fazer
para melhorar a situação? Para a professora Graziela Lucchesi da Silva, do
Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o caminho
é desnaturalizar a violência, e deixar de olhar cada caso de forma individual.
“A violência não é inerente à escola, e sim o reflexo de uma sociedade de
classes antagônicas”, explica. Segundo ela, ter consciência de que essas são as
origens da violência é condição necessária para que sejam formuladas propostas
coletivas de enfrentamento do problema.

O
ponto mais importante a ser esclarecido é que não existe solução imediata para
a questão. Na Pauta Geral de Reivindicações, o magistério aprovou tópicos
relacionados ao aumento da vigilância, que pretende amenizar os casos de
violência a curto prazo. As demandas incluem a permanência de um guarda
municipal por unidade escolar em todos os horários de funcionamento, o controle
de trânsito junto ao órgão responsável (Setran) no horário de entrada e saída
das aulas e a instalação de interfones em todas as escolas, além da solicitação
para rever o contrato com a empresa G5, que hoje não atende à demanda de
segurança nas unidades escolares. No entanto, os pedidos citados acima são
apenas paliativos e de forma alguma serão suficientes para acabar com a
violência nos arredores das escolas.

O envolvimento com a comunidade ao redor é essencial

O
primeiro passo para que ocorrências desse tipo diminuam diz respeito ao
envolvimento mais próximo da comunidade com a escola. De acordo com a
professora Tania Maria Rechia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que há
mais de 15 anos estuda o tema da indisciplina e violência escolar, deve haver
um movimento nos dois sentidos. Se por um lado a gestão da escola precisa estar
próxima da comunidade na cobrança de melhorias na infraestrutura do bairro, por
outro a participação da comunidade em
decisões aparentemente simples como a cor usada para pintar os muros da escola
ajuda a diminuir os índices de violência.

#@txt132@#De fato, o levantamento realizado pelo Sindicato verificou uma ligação
direta entre ações com a comunidade e a ausência de questões de vandalismo e
depredação. Algumas unidades contam com o projeto Comunidade Escola, que
disponibiliza espaços como a quadra de esportes para o lazer da vizinhança
durante o final de semana. Em outras, os muros externos receberam desenhos de
graffiti e nunca mais foram alvo de pichação. A união com os pais de alunos na
reivindicação de melhorias para todos, como é o caso da presença da Guarda
Municipal, também fortalece o senso de comunidade e auxilia na mobilização.

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