Assaltos e furtos de carros atingem um quarto das escolas municipais

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Mais de 13 veículos são roubados todo dia na cidade de Curitiba, totalizando 4.870 ocorrências no ano de 2015, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Infelizmente, as escolas não estão a salvo desse problema, e em muitas delas professores e funcionários têm receio de deixar o carro estacionado na rua da escola, com medo de não reencontrar o automóvel, ou alguma parte dele, na hora de ir embora.

As ocorrências de arrombamento ou furto de veículos atingiram 36 das 185 instituições municipais de ensino da cidade em 2016, em mais de 70 ocorrências. As estatísticas são do levantamento sobre violência nas escolas conduzido pelo SISMMAC. A situação mais comum é o furto de peças de automóveis que possam ser revendidas, como o pneu de estepe ou as calotas.

Desde abril, a Escola Municipal Professora Sonia Maria Coimbra Kenski, em Santa Felicidade, passa por um momento muito violento: houve quatro ocorrências de furtos envolvendo automóveis que estavam parados em frente à escola. No mais recente, os vidros do carro de um professor de Educação Física foram quebrados, e todos os objetos de valor de dentro do veículo foram levados, incluindo materiais esportivos de trabalho e um laptop. Antes disso, uma professora tinha sido abordada à mão armada na chegada à escola e teve o carro roubado. Apesar de já terem passado meses, o veículo ainda não foi encontrado.

Regional do Portão apresenta números mais alarmantes

Divididas por regional, as escolas próximas ao bairro do Portão apresentam o maior índice de roubo ou arrombamento de veículos: sete das 15 escolas (46%) relataram ter sofrido com a situação neste ano. Houve ainda o registro de dez roubos de automóveis até a primeira quinzena de maio, o maior número absoluto entre as regionais. Nas seções do Boqueirão e do Bairro Novo, os números também são significativos: 28,5% e 21% das escolas, respectivamente, tiveram carros de funcionários ou de pais de alunos danificados.

No CEI Issa Nacli, no Uberaba, a questão era tão problemática nos últimos anos que a Secretaria da Educação acelerou a construção de um estacionamento próprio para a escola. Porém, de acordo com a direção, o medo continua entre os pais nos horários de entrada e saída dos alunos, mesmo com um lugar mais seguro para os veículos.

Mais de 40 casos de assaltos já foram registrados este ano

Outro perigo a que alunos e funcionários estão suscetíveis são os assaltos nas imediações das escolas. Nos primeiros meses de 2016, foram registradas 44 ocorrências em 21 instituições da rede municipal de ensino. Levando em consideração as unidades onde houve apenas furto/arrombamento de veículos, apenas assaltos e tanto furto/arrombamento de carros quanto assaltos, a conta chega a 47 – o que representa 25,4% do total de escolas.

A boa notícia é que cinco regionais não tiveram nenhum caso de assalto neste ano: Santa Felicidade, Cajuru, CIC, Matriz e Tatuquara. Em outras regiões, no entanto, o problema é mais grave: houve ocorrências em um terço das escolas do Boqueirão e em 31% das do Bairro Novo, totalizando mais de 30 episódios nas duas regionais.

Embora não tenham relatado nenhum assalto no ano, as escolas do bairro do CIC vivem em constante receio de que algo aconteça. A vice-diretora da EM Dom Bosco, Claudia Mara Lançoni Junqueira da Silva, conta que já houve tentativa de assalto no portão da escola e ressalta a apreensão das funcionárias na hora de fechar o prédio, no período da noite. Situação semelhante vive a EM Anita Merhy Gaertner. De acordo com a direção, a escola é poupada, mas o entorno é muito violento, a ponto de haver falta de profissionais, uma vez que há professores que se recusam a trabalhar no local.

Mais uma vez, o SISMMAC reforça o apelo para que as escolas municipais não sejam mais negligenciadas pelas autoridades quando o assunto é segurança pública. Na próxima reportagem da série, analisaremos o contrato que a Prefeitura mantém com a empresa responsável pelo monitoramento das unidades de ensino e discutiremos a presença da Guarda Municipal nas escolas.

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