Future-se: o caminho para o fim do ensino superior público

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Não é novidade que a privatização
dos setores públicos é um dos maiores objetivos do governo Bolsonaro. Assim
como a Reforma da Previdência, o Projeto Future-se é um verdadeiro banquete
para aqueles que desejam lucrar às custas da classe trabalhadora.
A proposta
entrega a universidade pública nas mãos da iniciativa privada, transformando a
educação, que é direito dos trabalhadores, em lucro para empresas.

Mais de 40 universidades federais
já realizaram debates públicos e se posicionaram contrárias à medida.
Entre
elas, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que rejeitou por unanimidade o
Projeto Future-se na terça-feira (27). Durante a reunião do Conselho
Universitário, órgão máximo de decisão das universidades, os estudantes
realizaram um ato para manifestar a insatisfação com o momento enfrentado pela
educação pública.

O projeto dá continuidade aos
cortes de 30% no orçamento das universidades e institutos federais
. A redução
orçamentária faz com que muitas universidades não tenham mais condições de
manter suas portas abertas, abrindo espaço para o Future-se ser vendido como a
grande solução para esses problemas.

O discurso de modernização e
geração de renda por trás do projeto não passa de uma mentira. A verdade é que
o Future-se prevê a entrega da produção cientifica brasileira e do patrimônio
público nas mãos dos empresários.
Como se não fosse suficiente, o projeto
também pressupõe o fim do tripé: ensino, pesquisa e extensão. Ou seja, o
desmantelamento completo da universidade.

No Paraná, o governador Ratinho
Junior (PSD) também ataca as universidades estaduais.
A minuta da Lei Geral das
Universidades
, apresentada no dia 3 de junho, ataca a autonomia e reduz
drasticamente o número de professores das universidades, a partir da imposição
de uma relação professor-aluno. Além de considerar excedente cerca de 40% dos
professores das universidades, o projeto extingue carreiras de agentes
universitários (limpeza, vigilância, serviços gerais) e impõe a terceirização
desses serviços.

Fim
da universidade para quem?

O sucateamento do ensino público
não vem de hoje, mas mesmo com limitações as universidades ainda são
responsáveis por grande parte do conhecimento produzido para sociedade.
Áreas
como a saúde, a educação e a tecnologia são alimentadas pelo que é pesquisado
dentro das universidades.

Com a entrega desse conhecimento
para a iniciativa privada, as necessidades da sociedade não serão mais uma
prioridade, e a universidade passará a produzir somente aquilo que a iniciativa
privada acreditar gerar lucro. O fim do retorno social torna a universidade
algo cada vez mais inacessível para nós trabalhadores, servindo apenas ao
interesse dos mais ricos.

Autoritarismo
na educação

O Future-se deveria chegar ao
parlamento por meio de Projeto de Lei, mas nesta quarta-feira (28), o ministro
da Educação Abraham Weintraub mostrou mais uma vez para que veio. Com uma
postura autoritária, o ministro disse que o governo estuda enviar o Future-se
para o Congresso como uma Medida Provisória.

Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro já editou 23
medidas provisórias.
Esse é um instrumento antidemocrático, que só
deveria usada pelo presidente em caso de relevância e urgência. As MPs nascem
com força de lei e perdem a eficácia caso não sejam aprovadas pelo Congresso e
transformadas em lei no prazo de 30 dias a partir de sua publicação.

A
nossa luta unificou!

A luta pela educação pública não
pode ser algo separado da luta dos trabalhadores.
O acesso à universidade,
assim como o ensino básico, é um direito dos trabalhadores e de seus filhos e
filhas, e devemos lutar para mantê-lo. Diremos não ao Future-se, assim como
continuaremos dizendo não ao sucateamento de nossa Previdência Social. É hora
de união!

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