Em 1989, Greve Geral mobilizou mais de 35 milhões de trabalhadores

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Em 1989, vivíamos um momento de efervescência política. O
processo de redemocratização e a primeira eleição direta após o período da
ditadura militar marcavam o país. Além disso, vivíamos quase uma década de
crise econômica, o número de desempregados era altíssimo e o trabalho informal
crescia.

Para atender a demanda dos grandes empresários, José Sarney
instituiu o Plano Verão, que congelava o salário dos trabalhadores. Vale
lembrar que este congelamento aconteceu no momento em que a chamada
hiperinflação chegava a 1700%. Em menos de um mês, a defasagem salarial atingiu
70%, logo depois que o plano foi anunciado. Mas apesar disso tudo, o clima de
esperança e luta ainda pairava no ar.

A greve geral foi convocada para os dias 14 e 15 de março. Além
da rejeição às medidas governamentais aplicadas por Sarney, havia também pautas
imediatas, como a reposição das perdas salariais e o congelamento real dos
preços, principalmente da cesta básica, já que a inflação diária era muito
elevada. Os comitês de preparação da greve se multiplicavam, e o trabalho era
intenso! Foram organizados piquetes, paralisação nos locais de trabalho e
também do transporte público.

Mais de 35 milhões de pessoas, o
que representava 70% dos trabalhadores, foram às ruas. A união da classe
trabalhadora – entre eles, metalúrgicos, funcionários públicos, bancários,
professores, operários, e outras categorias – fez com que se parasse a produção,
realizando uma das maiores greves gerais da história. O que garantiu o
descongelamento dos salários e a reposição salarial.

Em 2019, as reivindicações dos trabalhadores são outras. Vivemos
um cenário de desmonte do serviço público, e de retirada de direitos duramente
conquistados, como nossa Previdência. A reforma proposta pelo governo federal ataca
a garantia de qualidade de vida de milhares de trabalhadores. Porém, não
podemos abaixar a cabeça, devemos nos espelhar nos 35 milhões de pessoas que
construíram a greve geral de 30 anos atrás e garantir que nossos direitos sejam
mantidos através da construção da luta unificada dos trabalhadores.

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