Capitalização: lucro para os bancos e miséria para os trabalhadores

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A mudança mais perversa proposta
na Reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes é a criação de um novo
modelo privado para gerir as aposentadorias, chamado de capitalização. Além de
acabar com qualquer garantia de que as próximas gerações recebam uma
aposentadoria digna, esse novo sistema tira recursos que antes iriam para o
sistema público.

É o mesmo mecanismo que o
prefeito Rafael Greca vem tentando usar para fazer com que o CuritibaPrev acabe
de vez com o Instituto de Previdência dos Servidores do
Município de Curitiba (IPMC). Os novos trabalhadores são empurrados para
o sistema privado e isso cria um buraco no sistema público por causa da
diminuição na entrada de novos contribuintes.

O discurso de que os dois sistemas,
público e privado, vão coexistir é parte de uma estratégia do governo para
tentar diminuir a resistência à proposta, que na verdade pode levar todo o
regime público atual ao colapso em poucos anos.

O regime de capitalização é ruim para todos, menos para
bancos e fundos de pensão que buscam aumentar seus lucros e colocar as mãos no
orçamento da Previdência Social.

Modelo de
capitalização causou tragédia social no Chile

A privatização da previdência feita
no Chile, em 1981, durante a ditadura Pinochet, aumentou a desigualdade social
e jogou a maior parte dos aposentados na miséria.

Os trabalhadores chilenos são
obrigados a depositar 10% do salário por no mínimo 20 anos para se aposentar. Não
há contribuição dos empregadores ou do governo.

As aposentadorias são baixas por
causa dos rombos causados pelas crises financeiras e porque a maior parte dos
trabalhadores não consegue se manter contribuindo ao longo dos anos por causa
do alto índice de desemprego e de trabalho informal. Além disso, as administradoras de fundos de
pensão abocanham parte dos rendimentos, mas não são responsáveis por cobrir os
prejuízos caso o investimento dê errado.

A mobilização dos trabalhadores
chilenos fez o governo criar em 2008 um complemento que é pago apenas aos aposentados
mais pobres. E agora vem sendo debatida uma contrarreforma para exigir que os
empresários também contribuam com a Previdência.

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