Dia da Mulher é marco na luta por condições de trabalho e direitos

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Já imaginou ter que trabalhar 14 horas por dia, sem direito a férias,
licença-maternidade e não ter nem onde deixar os filhos?
Sua vida seria assim
se não fosse a luta de milhares de trabalhadoras que há mais de 100 anos se
colocam em movimento, ombro a ombro com os trabalhadores, para cobrar a redução
da jornada, melhores condições de trabalho e a garantia de direitos negados
durante séculos às mulheres.

No Brasil, as mulheres não podiam sequer estudar até o século XIX. A
educação era mínima e se limitava à classe mais abastada. Julia Wanderley foi a
primeira professora contratada pelo governo do estado do Paraná em 1892, após
ter liderado o movimento pelo ingresso de mulheres na escola normalista.

#@txt964@#Em resposta à pressão feminina, a carreira docente passou a ser
permitida às mulheres dentro dos limites da ideologia machista. A jornada de
trabalho em meio período permitia que as mulheres continuassem responsáveis
pelo trabalho doméstico e pelo cuidado com os filhos. Além disso, a remuneração
paga às professoras era vista apenas como um complemento da renda familiar, já
que cabia aos homens o papel de provedor da casa. A docência foi tratada como
uma vocação ligada à maternidade, uma espécie de sacerdócio que as mulheres
deveriam desempenhar por amor.

O magistério se tornou uma
profissão predominantemente feminina ao longo da história e as péssimas
condições de trabalho, baixa remuneração e desvalorização impostas à carreira estão
relacionadas com a desigualdade entre profissões consideradas masculinas e femininas.
As professoras e professores recebem 25% menos do que outros trabalhadores com
mesma escolaridade. A visão da docência como uma vocação é usada até hoje por
políticos para justificar os baixos salários.

Reforma da Previdência: ataque dobrado às mulheres

A proposta de Bolsonaro para a
Reforma da Previdência pretende acabar com o que foi conquistado com muita luta
pelas trabalhadoras e trabalhadores. Se a proposta for aprovada, as mulheres
serão as principais penalizadas.

Para as professoras, são pelo
menos 10 anos a mais de trabalho para garantir a aposentadoria com 80% do valor
do benefício. Para ter direito a 100% da média de todos os salários, o tempo mínimo
de contribuição passará dos atuais 25 anos para 40 anos, totalizando 15 anos a
mais de contribuição.

A proposta de igualar a idade para aposentadoria em 60 anos para homens
e mulheres se apoia em um discurso hipócrita que busca minimizar a sobrecarga gerada
pela dupla jornada. Na prática, a proposta também acaba com o direito à
aposentadoria especial para o magistério, desconsiderando o nível de
adoecimento e o desgaste físico e psicológico do professor em sala de aula.

Foi com a luta que as mulheres
conquistaram direitos e é na luta que iremos impedir que eles sejam retirados!

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