Estudantes ocupam escolas em vários estados do Brasil

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20160530escolas

O
movimento de ocupação de escolas, que surgiu no início da década, no
Chile, na luta dos estudantes pela gratuidade da educação pública,
chegou no Brasil ano passado, em São Paulo, na luta contra o projeto de
“reorganização” da rede paulista de ensino que fecharia centenas de
escolas, e em Goiás, contra a gestão das escolas por Organizações
Sociais, se espalhou pelo Brasil em 2016. Nesse momento, há ocupações de
centenas de escolas no Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e Rio
Grande do Sul.

Em
comum nas pautas dos estudantes está a luta pelo caráter público da
educação, pelos devidos investimentos orçamentários e o combate às
opressões. Em estados como Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Sul, os
estudantes também declaram apoio aos seus professores e servidores, que
estão em greve junto com outras categorias dos serviços públicos
estaduais.

No
Rio Grande do Sul, são 128 escolas ocupadas segundo a página Ocupa Tudo
RS. Os estudantes reivindicam melhorias nas estruturas das escolas. Os
professores e demais trabalhadores da educação estadual gaúcha estão em
greve há 15 dias e reivindicam aumento imediato de 13%, referente a
2015, bem como o pagamento do piso nacional, ao qual nunca tiveram
direito. Os servidores estaduais gaúchos protestam, também, contra o
parcelamento de seus salários.

No
Rio de Janeiro, são mais de 60 escolas ocupadas. Os estudantes
enfrentam dura pressão do governo do estado na tentativa de desocupar as
escolas e dividir o movimento estudantil, se valendo, inclusive, de
repressão policial, com reintegrações violentas, sem autorização
judicial. Foi o que ocorreu no dia 21, quando a Polícia Militar
fluminense retirou, à força, estudantes que ocupavam a Secretaria
Estadual de Educação. Os estudantes do Rio de Janeiro reivindicam,
ainda, eleição direta pra diretores e mudanças no sistema de avaliação.

No
Ceará, são 56 escolas ocupadas até o momento, segundo a página Escolas
do Ceará em Luta. O movimento estudantil cearense reivindica melhorias
nas instituições, como mais verba para a merenda escolar, passe livre no
transporte público, e também declara apoio aos professores estaduais,
em greve desde último dia 25 de abril. No Ceará e no Rio de Janeiro, docentes das universidades estaduais também estão em greve.

No
Mato Grosso, onde os professores estaduais decidiram entrar em greve a
partir de 30 de maio, os estudantes ocuparam a Escola Estadual Elmaz
Gattas Monteiro, na região metropolitana de Cuiabá. Eles reivindicam a
revogação do edital publish no último dia 14 pelo governo estadual
para instaurar Parceria Público-Privada (PPP) para projeto, construção,
reforma, ampliação, manutenção, gestão e operacionalização de serviços
não pedagógicos de 76 escolas estaduais e 15 Centros de Formação e
Aperfeiçoamento Profissional (Cefapros).

No
Paraná, estudantes ocupam o Colégio Dr. José Gerardo Braga, em Maringá.
Eles reivindicam uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar as razões de mudanças na merenda escolar da rede estadual e pedem
melhorias nas estruturas das escolas paranaenses.

Estudantes desocupam escolas em SP, mas unificam luta pela educação

Em
São Paulo, houve nova onda de ocupações de escola nos últimos meses.
Dessa vez, os estudantes paulistas protestavam contra o desvio de verba
das merendas escolares. Houve ocupações em diversas Escolas Técnicas
Estaduais (Etecs) e no Centro Paula Souza, responsável pela
administração das Etecs e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) no
Estado de São Paulo. Após a ocupação da Assembleia Legislativa do estado
(Alesp), os estudantes conseguiram dos parlamentares o compromisso de
instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar
os desvios das merendas. Assim como no Rio de Janeiro, o governo de São
Paulo ordenou à Polícia Militar a desocupar violentamente, sem
autorização judicial, o Centro Paula Souza.

No
entanto, mesmo com o fim das ocupações, os estudantes secundaristas
continuam mobilizados. Eles têm realizado manifestações em conjunto com
os estudantes das universidades estaduais paulistas. No dia 18 de maio, a
PM reprimiu duramente, outra vez, uma manifestação de estudantes
organizada de maneira unificada, que resultou em vários feridos e na
detenção de cinco pessoas.

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