Crise política: qual é o nosso lado nessa disputa?

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20160407_conjuntura
O cenário político que vivemos no país nos faz crer que existem
dois lados distintos em disputa: um que vai às ruas contra a
corrupção e outro que vai para defender a democracia. Segundo este
raciocínio, não escolher um dos dois seria sinônimo de
“neutralidade”.

Mas será que as coisas são tão simples como
parecem? São só essas duas possibilidades que existem para nós,
trabalhadores?

Acreditamos que não! Entendemos que é necessário ir mais fundo
nesta análise, para então responder qual é o nosso papel e o nosso
lado nessa disputa.

A falsa acusação de neutralidade

Na sociedade em que vivemos, existem de fato dois
lados em disputa. Duas classes que possuem interesses opostos entre
si: de um lado, os empresários, fazendeiros, banqueiros e, do outro,
nós, trabalhadores. Neste sentido, temos um lado, sim: o lado da
classe trabalhadora.

A disputa que hoje domina os espaços da grande mídia e das redes
sociais nada mais é do que uma briga entre frações do empresariado
em luta pelo poder político.

De um lado, temos os representantes das grandes
multinacionais e do agronegócio tentando retomar seu espaço na
Presidência da República. Figuras que se dizem contra a corrupção,
mas que estão envolvidos em vários escândalos: desvio de verbas da
saúde e da educação, nepotismo, recebimento de propinas, etc.
Estes possuem a grande mídia a seu favor e também boa parte do
judiciário.

Do outro lado, temos um partido que nasceu das
lutas dos trabalhadores mas que, para chegar ao governo e se manter
no poder, assumiu como seus os interesses dos banqueiros, de parte da
grande indústria e do agronegócio. Um partido que, ao assumir a
Presidência, deu continuidade aos projetos do governo anterior, e
aprovou a Reforma da Previdência, atacou e retirou direitos
trabalhistas com projetos como o Programa de Proteção ao Emprego
(PPE) e privatizou as empresas públicas mais lucrativas.

Para nós, trabalhadores, escolher um desses
lados significa estar do lado errado. Estamos sendo empurrados para
as ruas e para uma disputa fanática que mais parece briga de torcida
organizada, que joga trabalhador contra trabalhador e esconde o que
de fato está por trás disso tudo.

Projetos que atingem os servidores públicos

Nos bastidores desse grande circo armado pela mídia e pelo
judiciário com a operação Lava Jato, uma grande jogada está sendo
armada para retirar direitos trabalhistas, a fim de garantir o lucro
dos empresários e jogar a conta crise nas costas dos trabalhadores.

Segundo dados do Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (DIAP), hoje, tramitam no Congresso Nacional
55 propostas que colocam em risco direitos duramente conquistados
pelos trabalhadores ao longo da história no Brasil. Dentre eles
estão: a regulamentação da terceirização; o impedimento do
empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho; a extinção
da multa de 10% por demissão sem justa causa; a regulamentação e
retirada do direito de greve dos servidores; a extinção do abono de
permanência para o servidor público; privatização de todas as
empresas públicas.

Além destes, existe um Projeto de Lei
Complementar (PLP 257/16) que tramita em regime de urgência na
Câmara dos Deputados e prevê congelamento salarial e plano de
demissões voluntárias no serviço público. Esse projeto autoriza o
refinanciamento da dívida dos estados e terá um efeito devastador
sobre os servidores públicos das três esferas de governo.

Mas então, qual é a saída?

A saída para a classe trabalhadora sem dúvida é
lutar por seus direitos, a partir dos locais de trabalho, e pela
construção de uma sociedade na qual os trabalhadores estarão no
comando.

#@vej3@#Devemos nos informar sobre o que está acontecendo
e não aceitar apenas a aparência. A mídia apresenta os fatos
conforme os interesses de quem ela representa e nem tudo o que
circula nas redes sociais é de fato verídico.

Para além disso, é necessário participar
ativamente das lutas da nossa categoria e também dos nossos espaços
de organização, sejam eles no Sindicato, nas unidades de ensino e
nos espaços mais amplos de união das diversas categorias.
Precisamos ser protagonistas das lutas por mais direitos, na
resistência aos ataques que estão em curso e na superação desta
sociedade que sobrevive da exploração dos trabalhadores.

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